There will be cake #1- Quadrinhos

Mais um ano se passando e meu aniversário se aproxima. Agora, a menos que você seja eu mesmo re-lendo este texto para ficar envergonhado com os diversos erros gramaticais cometidos, você deve estar pensando ”E eu com isso!?”.

There will be cake

Bem, acontece que esse ano eu decidi plagiar descaradamente a ideia do meu amigo Edshemp, que em seu ultimo aniversário fez uma lista dos seus jogos preferidos. No entanto, eu decidi nas próximas semanas fazer 3 listas diferentes, tratando das minhas mídias de entretenimento preferidas: Quadrinhos, Cinema e, é claro, Jogos.

Os dois primeiros Top 5 serão postados neste blog mesmo, enquanto o ultimo, sobre video-games irá ser postado no Em Outro Castelo, uma vez que o tema corresponde ao site. Sem mais delongas, vamos começar.

Disclaimer: Estou colocando nesta primeira lista tanto ”comics” quanto ”mangás”, cause screw you, it’s my list!

#5- Turma da Mônica: Laços

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A mais recente da lista, esta Graphic Novel está aqui não apenas pela nostalgia dos tempos de infância e das primeiras revistinhas com as quais aprendi a ler (até porque eu comecei com as revistas do Senninha e não da Turma do Bairro do Limoeiro), mas por mérito próprio.

Pra começar o traço de ambos os irmãos Cafaggi é sensacional. De todas as re-imaginações da Turminha, a deles foi de longe a melhor que vi até hoje. Não só isso, mas tudo que compõem o visual dessa revista é lindo. É simplesmente maravilhoso de se olhar.

Laços

O roteiro, apesar de simples, é uma verdadeira homenagem à filmes de aventura dos anos 80, os quais eu assisti bastante quando mais novo. É uma leitura leve e divertida, como a própria infância que não volta mais. Ok, talvez a nostalgia tenha pesado sim na escolha, mas de uma maneira diferente.

EPIC!

EPIC!

#4- Maus

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Preenchendo a cota de pelo menos uma obra mais séria e artística na lista. E o que falar dessa Graphic Novel?

Maus conta a história do próprio autor, Art Spiegelman, entrevistando seu pai, Vladek, sobre como este conseguiu sobreviver ao Holocausto, para que ele possa usar essas informações em sua Graphic Novel, a mesma que você está lendo. Metalinguagem pura.

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No entanto, Maus é muito mais do que o relato de um sobrevivente em um dos períodos mais negros da história mundial. É também o retrato do relacionamento de um pai e um filho que cresceram em tempo e ambiente diferentes, e como isso torna a comunicação entre ambos difícil. E é essa parte que, para mim, torna Maus uma obra realmente indispensável. De todos os quadrinhos dessa lista, se você tiver que escolher apenas um, que seja esse.

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#3- Lenore: Cute Little Dead Girl

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Eu gosto de coisas fofas. Admito. Como já disse o grande Fabio Yabu, ”sempre fui meio viado”. No entanto, para compensar isso, eu também sempre adorei obras violentas e dark. Não é sempre que se consegue juntar fofura, violência e… ”darkesa” (?) e com isso gerar uma estória divertida.

Lenore é lotado de humor-negro e nonsense, piadas politicamente incorretas e profanas, situações e personagens bizarros… e eu simplesmente amo cada minuto de leitura.

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Além disso, também há um que de fofura e certa inocência vinda da personagem principal, que por mais que cometa atos terríveis e, por vezes, sádicos, em geral o faz sem maldade alguma.

Além da estórias da personagem principal, existem pequenas passagens one-shot de outros personagens e eventuais estórias baseadas na vida real do autor, Roman Dirge que sempre são hilárias. De longe, a minha série de humor preferida.

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#2- Jojo’s Bizarre Adventure

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Eu não costumo ser muito fã de estórias muito compridas. Quando vejo uma série passar dos 100 capítulos eu já perco completamente a motivação de ler e são raras as séries que conseguem me manter lendo após essa marca. Jojo’s Bizarre Adventure é uma mangá que já ultrapassou os 100 VOLUMES!

Em Jojo’s Bizarre Adventure acompanhamos as aventuras dos membros e descendentes da família Joestar, que sempre acabam envolvidos em batalhas épicas contra pessoas e criaturas sobrenaturais, e essa premissa, para mim, é um os pontos fortes da série. Ficar trocentos capítulos preso ao mesmo protagonista, na mesma jornada, é extremamente cansativo e chato. Em JBA, uma vez que um arco de estórias se fecha não só o protagonista, mas todo o núcleo principal de personagens muda e, mesmo os arcos sendo ligados entre si, é possível (em geral), ler ou pular um arco sem afetar ABSURDAMENTE seu entendimento da estória (e você sempre pode pegar um resumo dos acontecimentos se quiser se situar melhor).

A whole lot of Jojos.

                                                                                                     A whole lot of Jojos.

Outro trunfo da série são os combates. Eu gosto de Dragonball Z como qualquer pessoa que cresceu assistindo, mas se nesses 100 volumes toda luta fosse decidida simplesmente por quem bate mais forte, JBA seria extremamente enjoativo. Ao invés disso, as lutas sempre tem estratégias e costumam ser bastante criativas, sem deixarem de ser freakin’ badass!

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Jojo’s Bizarre Adventure é um mangá que não é muito fácil de se começar a ler. Os trocentos capítulos e traços… alguns diriam ”Liefeldianos”, podem ser intimidadores, sem contar que por ser uma série seinen (orientada para um público mais velho) não há dó ou piedade. Coadjuvantes, personagens principais, animais… todos estão sujeitos à mortes horríveis. O roteiro também tem bastante problemas e alguns furos. Mas se você conseguir passar por isso tudo, você terá várias lutas sensacionais, personagens carismáticos e, claro, muita bizarrice extremamente foda.

Er... e tem isso também... pois é...

Er… e tem isso também… pois é…

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Ok, se você já me conhece bem, os primeiros colocados de todas essas listas vão ser bem óbvios e não serão surpresa alguma.

Quando eu conheci essa série minha ficha havia acabado de cair. Eu realmente havia deixado de ser uma criança e não tinha como voltar no tempo. Era hora de crescer, assumir responsabilidades, amadurecer, mudar. Estranho pensar que encontrei tudo isso em uma HQ cuja a premissa era ter que enfrentar 7 pessoas super poderosas para poder ficar com uma garota…

#1- Scott Pilgrim

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Eu comecei a ler Scott Pilgrim quando os primeiros trailers da adaptação de cinema começaram a surgir na internet. Fui naturalmente atraído pela estória, uma vez que tinha comédia, cenas de ação e uma porrada de referências a jogos, quadrinhos, filmes, música…

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Eu não pescava todas as referências, mas muitas delas pareciam ter sido visivelmente colocadas para pessoas que cresceram na mesma época que eu. Motivos mais que suficientes pra eu gostar da série, mas não é por isso que ela está em primeira nesta lista. Aqueles que leram até o fim, sabem que Scott Pilgrim é mais do que piadinhas, referências e porradaria. É sobre uma época na vida de uma pessoa em que as coisas começam a mudar e você não pode ficar apático à isso.

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Eu não escondo que não gosto tanto do personagem título da estória, mas mesmo assim, é bem legal ver o arco de crescimento dele, ao mesmo tempo em que você também pode observar os demais personagens ao seu redor em seus próprios arcos.

Awesome

Awesome!

E ao fim podemos ver que caminho cada um decidiu seguir e as mudanças que ocorreram. Um dos finais mais satisfatórios para mim de todos os tempos.

Also almost there!

Also almost there.

Narrativa Emergente- Crônicas de uma Alma Perdida #2

Sua visão foi retornando aos poucos. Malditos ratos. Ficara muito perto da beirada de um precipício e dois ratos gigantes pularam em cima dele, resultando no fim dos três.

Bom, talvez não o fim. Olhou seu reflexo em uma poça de sangue próxima. Suas feições humanas haviam desaparecido. Tornara-se um Hollow novamente. Suspirou. Bem, a forma humana não seria recuperada tão cedo, mas todas as almas que ele já havia recolhido… estas estavam à sua espera. Virou-se para a escada vermelha e pôs-se a subi-la.

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Não foi difícil recuperar o que ele havia perdido. Bastou adentrar o ninho dos ratos com o escudo erguido à sua frente e, uma vez longe da beirada desprotegida, desferir golpes contra as criaturas peçonhentas. Subiu mais uma escada que o levou a um corredor curto e ao fim dele se viu em uma escadaria, repleta de inimigos.

Escudo erguido, seguiu em direção ao primeiro oponente. Esperou a lâmina adversária bater contra seu escudo, empurrou-o para deixar o oponente vulnerável. Um corte e ele foi de encontro ao chão. Sem tempo para respirar, com o escudo ainda em punho, sendo alvejado por flechas distantes, seguiu em direção ao segundo.

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Esse não baixou a guarda em momento nenhum, sempre golpeando e retornando à uma posição defensiva agilmente. Sentindo as mãos fraquejarem pelo impacto de espada e flechas, tomou uma atitude ousada. Após defender mais um golpe, pisou com força o escudo que protegia o inimigo, fazendo-o recuar um pouco e o desequilibrando, deixando-o aberto para um ataque.

Novamente, apenas um golpe. A espada que conseguira a pouco tempo se mostrara bastante útil. Infelizmente, ela nada pode fazer com relação às duas flechas que lhe perfuraram quando deixara sua guarda aberta. Não havia tempo para se preocupar com isso, no entanto. Onde estava o próxim- sentiu um frio cortante na barriga. Ao olhar para baixo viu uma lâmina saindo de seu estômago. Mesmo já estando tecnicamente morto sentiu algo. Não era bem uma dor, estava mais para uma agonia. Uma agonia verdadeiramente dolorosa. Sentiu um pé em suas costas, empurrando-o contra o chão enquanto seu algoz retirava a lâmina de dentro dele.

A visão escureceu consideravelmente, e os demais sentidos também começaram a esvair-se. Não importava quantas vezes passasse por aquilo, a morte nunca era algo agradável. Pode ver apenas uma silhueta aproximando e erguendo sua arma e a baixando em sua direção. Novamente aquela sensação do aço frio, desta vez no pescoço. Impossibilitado de gritar, seu corpo se contorceu no chão, a respiração havia parado, suas mãos foram até a garganta e o sentimento desesperador de estar-se afogando com o próprio sangue tomou conta e aquela agonia crescendo cada vez mais, talvez o sentimento pior do que uma dor real, cada vez mais forte, cada vez mais intensa, cada vez mais…

Pacífica. A visão foi retornando aos poucos. Maldito soldado….

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Mais uma reflexão fajuta.

Quando foi que a linha entre bem e mal tornou-se tão tênue?

Quando você deixa de enxergar apenas as ações e passa ver também as intenções o jogo muda.

Certo e Errado?

É difícil distinguir quando se passa a ver ações corretas por motivos turvos e ações totalmente questionáveis, mas com razões justificáveis.

Conforme crescemos vamos notando que o mundo não é monocromático da forma que acreditávamos que fosse. Não só há tonalidades cinza, mas também todo um espectro infinito de cores que não podemos separar em simplesmente ”Boas” ou ”Más”.

Por mais que nos esforcemos, percebemos que não somos capazes de escolher todas as nossas cores. Você pode passar anos rejeitando determinada palheta, considerando determinados traços de personalidade de terceiros terríveis. E então, um dia você acorda e olha no espelho para se ver manchado com o que sempre desprezou. Parabéns, você está se tornando aos poucos o que tanto odiava.

*Para. Suspira. Bebe um gole de energético com Coca-Cola*

Sinto falta da dicotomia de minha infância, quando haviam apenas duas escolhas simples e fáceis de se identificar: ”Certo” ou ”Errado”. Diferente de hoje, que a cada pequena decisão que tomo me preocupo se foi ”a coisa certa a fazer”, sem lembrar que, às vezes, esta opção não existe.

Reflexão para fechar a madrugada.

Eu sei que devia dormir… mas se eu parar um texto no meio eu sei que nunca mais vou termina-lo.

By the way, fazia muito tempo que não escrevia 4 textos (3 deles reflexivos) em uma noite e ainda me dava ao luxo de não publicar 3 deles (justamente os reflexivos).

Tomar um reality check de vez em quando é bom pra ajudar na escrita, eliminando writer’s blocks persistentes com uma facilidade impressionante. É uma pena que muito do que se escreve nessas situações tornem-se textos malditos e apócrifos que devem ser eliminados da existência o quanto antes.

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R.E.M.- Prólogo

Quando foi que a verdade deixou de ter graça?

Quando bem mais novo, eu sempre contava aos outros sobre aventuras que aconteciam em reinos reinos distantes. Os fortes e destemidos heróis que lá viviam; as belas e bondosas princesas que lá governavam; os temíveis, mas incríveis monstros que moravam nas profundezas das masmorras mais escuras. Os olhos de meus amigos brilhavam enquanto eu descrevia cada cena, e os sorrisos  que conseguia deles era todo pagamento que eu precisava.

E em meio aos protestos de ”E então, o que aconteceu!?” e ”Continua!” sempre alguém mais inocente me perguntava ”Isso é tudo verdade?”. Eu sorria da maneira mais legal que conseguia (pensando agora, eu devia parecer bem besta) e respondia ”Eu pareço um mentiroso?”. E de fato, no fundo eu acreditava em cada pequeno mito que se formava em minha mente infantil, da mesma forma que acreditava em Papai Noel, Coelho da Páscoa e nos Power Rangers.

Mas agora parece que tudo isso não passa de uma memória esquecida.

Alguns dos meus antigos amigos se mudaram.

”Contar estorinhas é coisa de criança”.

Outros arrumaram outros interesses.

”Não tenho tempo para isso”.

Minha fisionomia deve ter mudado com os anos, pois durante um tempo eu fiquei conhecido como um mentiroso.

”Mas é claro que nada disso é verdade.”

Só é mentira se você não acredita realmente, sabia!?… Mas no fim eu mesmo comecei a deixar de acreditar em minhas estórias, então acho virei um mentiroso mesmo.

Ao iniciar o oitavo ano em minha escola eu já tinha me rendido à realidade e evitava ao máximo pensar em reinos distantes e monstros temíveis. Faziam alguns anos que não tentava mais contar estórias, apesar de continuar escrevendo contos em um caderno que mantinha em segredo. Eu tinha desistido da magia e fantasia por uma verdade monótona, porém segura.

Estava apenas levando cada dia normal e tranquilamente. E tudo teria se mantido desta forma, não fosse a chegada de uma nova aluna.

Latas, Unicórnios e Elefantes Rosa.

O álcool tem efeitos sob nossa coordenação motora e nosso raciocino. Não discutirei uma verdade irrefutável que já foi provada pelas fontes mais confiáveis deste plano ( Wikipedia e Mythbusters). No entanto, é indiscutível o efeito positivo que tal substancia tem em algumas pessoas.

Alguns tornam-se mais confiantes; outras tornam-se capazes de dançar; e até conheci indivíduos cujo o intelecto elevava-se junto ao teor alcoólico em seu sangue.

Quanto à mim, eu nunca estudei propriamente tais efeitos etílicos em minha pessoa. Por esta razão decidi realizar este experimento. Até o fim desta noite terei escrito um texto inteiro conforme for ultrapassando os níveis de alcoolismo. Possivelmente não será um texto conciso ou mesmo são, but then again, que texto meu os são.

(Antes que alguém comente:Sim, eu sou fraco para álcool)

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